(incenso em espiral, Hong Kong)
Sempre fui dada a correr riscos. Não me refiro a atirar-me de cabeça de um precipício, mas correr riscos depois de ponderar os prós e os contras e depois de ter presente qual a pior situação em que poderia ficar, caso o arriscar me corresse mesmo mal. Foi isso que fiz depois do segundo aborto. Sabia que queria fazer todos os exames possíveis para tentar encontrar uma possível causa para as duas gravidezes com fim espontâneo e precoce. Mas, por outro lado, não queria esperar meses pelos resultados dos exames e sabe-se lá mais quantos meses depois disso até tornar a engravidar. Já não tenho vinte e poucos anos, nem sequer trinta. Decidi fazer as duas coisas em simultâneo. Fazer os exames médicos sem deixar de tentar engravidar. Da última vez entre o aborto e a nova gravidez passaram 6 meses. Ninguém me garantia quanto tempo demoraria a tornar a engravidar desta vez. Tomei esta decisão numa postura de economizar tempo.
E economizei. Na verdade, economizei muito mais tempo do que alguma vez poderia ter imaginado. Hong Kong é um sítio mágico para mim, ao qual tenho associados alguns dos melhores momentos da minha vida. A viagem mais recente foi fabulosa e na melhor companhia possível. Temperaturas de Verão, caminhadas muito longas, muito cansaço, muitos templos, molhar os pés no mar do Sul da China, revisitar sítios onde já não ia há quase 20 anos. Enfim, fui verdadeiramente feliz naquela semana passada noutro clima e noutro fuso horário. Esqueci-me das gravidezes que não chegaram a bom porto e conscientemente ignorei um "mini-tratamento" que devo fazer todos os meses e sem o qual dificilmente conseguiria engravidar. Quis viver aquela semana de forma plena, sem nuvens a pairarem-me sobre a cabeça e sem esperanças falsas.
Ainda em Hong Kong senti-me grávida. Já tinha lido relatos destes e achava que eram um disparate pegado. Como é que alguém pode saber que está grávida uma semana antes do sinal evidente de uma gravidez? Eu sabia. Talvez o ter passado por outras duas gravidezes no espaço de um ano me tenha deixado a memória fresca, talvez esteja particularmente alerta a pequenos sinais e sintomas, talvez agora conheça o meu corpo como não conhecia antes. E ainda em Hong Kong havia um sinal que me deixava de pé atrás. Cheguei a Portugal e os pequenos sintomas foram-se acumulando. Uns dias antes do que era suposto já tinha um teste positivo nas mãos.
Ainda não tenho os resultados dos exames que fiz para tentar encontrar uma causa para os abortos, de modo que estou num arame sem rede. Tudo se pode repetir ou, se o que me aconteceu foram dois acasos infelizes, tudo pode correr bem. Mas, neste momento, o que me interessa é que poucas semanas depois estou grávida. Ainda estou um pouco incrédula, sem saber muito bem como lidar com a novidade tão recente e inesperada.
Estou grávida!
Já vos disse que adoro Hong Kong? :)
Sabes o que mais me espanta? A tua falta de medo, a tua coragem, o facto de não baixares os braços, de não te sentires vítima da tua própria vida.
ResponderEliminarE claro, espero que corra bem. Mas acima de tudo espero que mantenha mas essa essência sempre.
Ana A., acho que não há outro caminho a seguir :-) E agora nada mais há a fazer além de acreditar que vai correr bem!
ResponderEliminarÉ isso mesmo. E és um grande exemplo para mim!
EliminarAcredita, Rosa, que nós também acreditamos (:
ResponderEliminarEstou a torcer por ti
Um beijinho
Obrigada, M! :)
ResponderEliminarBoa sorte, minha querida! Muito, muito, muito boa sorte!
ResponderEliminarÀ terceira vai! Felicidades!
ResponderEliminarR. e Heidi, obrigada! É desta! :-)
ResponderEliminarÉ desta! É desta! Que bom!!!! :D
ResponderEliminarEstou a torcer pelos três! beijinhos
ann.dorinha :-) Obrigada! ***
ResponderEliminarUau!!! :)
ResponderEliminarÉ destas surpresas que a nossa vida precisa! Vai correr tudo bem, desta vez! Estou cá com um feeling! ;)
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