4.6.14

diferenças

Quando vi o meu nome na porta do meu antigo gabinete, e quando soube que a minha secretária continuava desocupada, não pude deixar de pensar que no sítio onde trabalho actualmente costumam retirar os nomes de quem sai no dia a seguir a terem ido embora. Mal se sabe que alguém vai sair há uma luta dos que ficam para ocupar o lugar vazio no gabinete, caso o gabinete seja interessante de algum ponto de vista. E soube há pouco que 15 dias antes do contrato terminar a possibilidade de fazer chamadas deixa de existir, incluindo as de trabalho.

Em Aveiro tinha o gabinete com melhor vista do edifício onde trabalhava. Um ano depois ninguém se mudou para lá, nem ninguém teve pressa de arrancar o meu nome da porta. Nunca o meu telefone foi desligado com receio que eu levasse a instituição à falência com as minhas chamadas. Tive problemas sérios no meu percurso de mais uma década naquela instituição e, apesar de em alguns momentos ter sentido que as pessoas eram números, sei que não o são para todos. Não é por acaso que sempre que volto às origens volto ao meu antigo local de trabalho, ponho a conversa em dia e encontro quem realmente me conhece e me respeita.

No sítio onde trabalho actualmente não há dificuldades financeiras nem qualquer tipo de limitação a esse nível, a crise não se faz sentir, mas as instituições são, em primeiro lugar, as pessoas e, só depois, o dinheiro que têm.

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