Do muito que tenho lido e ouvido tenho percebido que o bafo da maternidade nos pode soprar forte e quente mal nos apanhamos com as duas riscas à frente, mas também pode ir aparecendo devagar devagarinho à medida que as semanas vão passando e o corpo se vai transformando. Espero pertencer ao segundo grupo, porque se não for isso está o caso muito mal parado! Apesar da gravidez planeada e sofrida dados os antecedentes, a verdade é que para já não há dentro de mim uma explosão de amor maternal a salpicar todos os recantos das minhas entranhas. Sinto necessidade de proteger o ser que habita dentro de mim, mas para já não passa disso.
Pertenço a um grupo de grávidas e todas elas estão possuídas pelo dom (a maldição?) das palavras fofinhas ditas em tom pastel. Publicam fotos esbatidas e amorosas e partilham listas com uns 2 quilómetros de compras essenciais para elas, para o rebento e para a casa. Fazem berços (meu Deus, há quem esteja a fazer o berço com as próprias mãos!) e transbordam maternidade por cada poro.
Depois existo eu: comprei (só) uma chupeta com um bigode e um biberão onde se lê "vodka". Disse-me uma companheira de grupo quando partilhei a foto da bigodaça "Mas pode ser uma menina...". Ora, pois pode! E se for será uma portuguesa típica já com um belo buço à saída do hospital. Achei que para não me expulsarem do grupo talvez fosse melhor não partilhar o biberão alcoólico.
É certo que para já ainda me estou a defender de algo que possa correr menos bem, daí também a minha pouca pressa em saber se é menino ou menina. Ter essa informação vai tornar mais real e próximo o meu pequeno habitante. Mas ainda que não tivesse um passado cinzento escuro neste campo não me imagino a borbulhar lacinhos e estrelinhas.
Mas o melhor é não dizer "desta água não beberei" ou daqui a umas semanas ainda me arrependo!
És uma grávida com sentido de humor! ah ah ah
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