Itália, aquele país civilizado onde no controlo de segurança no aeroporto de Malpensa, em Milão, não há uma fila especial para pessoas com bebés e crianças. Sítio para trocar fraldas também é coisa rara. Cada vez gosto menos da forma como este país machista trata as mulheres e as famílias. Tirando estes pormenores (que são reveladores de uma forma de pensar e estar vincada) a viagem correu bem. Devíamos ter ido directamente de Milão para o Porto, mas fomos obrigados a fazer uma paragem em Toulouse (já não me recordo do último voo da TAP que correu como o esperado). Quando soube disto stressei ao pensar no bebé, mas a verdade é que ele se deve ter sentido embalado pelo movimento e pelo som do avião e dormiu o tempo todo. As cólicas não o atacaram e a viagem foi mesmo um sossego.
Ainda me estou a habituar ao novo ritmo da vida. Faz-me confusão que agora tudo demore o dobro do que demorava antes. Talvez isto com mais algum tempo e mais alguns ajustes melhore. A ver vamos.
Andava mortinha por trincar um pão da avó, mas a verdade é que estou na minha cozinha (de quase sempre) a olhar para o chão molhado e agora banhado pelo sol enquanto como uma espécie de bolo de aveia acabado de fazer no microondas. Se calhar não tinha saudades do pão da avó, mas antes do seu significado - estar em casa.
No Sábado almoçámos no sítio onde almoçamos sempre pela primeira vez quando voltamos. Os crepes souberam-nos a casa e sossego. O pequeno Miguel colaborou e dormiu de barriga cheia enquanto nós saboreávamos os nossos crepes preferidos e enquanto eu bebia lentamente, e muitos meses depois, champanhada. Achava eu que um só gole me faria ficar alcoolicamente alegre, mas parece que sou mais resistente do que imaginava.
Os avós não se cansam de olhar e pegar no neto e há um misto de alegria e tristeza no ar: todos sabemos que esta felicidade desmesurada termina daqui a uns dias. Estando aqui agora já dei comigo a pensar se o melhor não seria tentarmos voltar para não ceifarmos o contacto avós-neto. Talvez seja um pensamento passageiro, talvez me passe assim que entrar no avião de novo ou assim que entrar na casa italiana. É esperar para ver.
Os avós não se cansam de olhar e pegar no neto e há um misto de alegria e tristeza no ar: todos sabemos que esta felicidade desmesurada termina daqui a uns dias. Estando aqui agora já dei comigo a pensar se o melhor não seria tentarmos voltar para não ceifarmos o contacto avós-neto. Talvez seja um pensamento passageiro, talvez me passe assim que entrar no avião de novo ou assim que entrar na casa italiana. É esperar para ver.
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