18.8.14

do que deveria ser sempre sinónimo de felicidade, mas nem sempre é

Até ter tido a primeira interrupção de gravidez o meu conhecimento sobre o aborto espontâneo era quase nulo. Sabia que acontecia de vez em quando, mas achava mesmo que este de vez em quando era muito pouco frequente. Depois esta realidade bateu-me à porta. Informei-me, procurei outros casos e procurei causas e percebi que era muito mais comum do que poderia imaginar. Descobri casos de pessoas próximas e li sobre outros, mundo fora. Na maior parte das situações os abortos aconteceram no 1º trimestre da gravidez, como me aconteceu também. Cruzei-me com fóruns cujos tópicos estavam divididos por trimestres, li alguns dos casos dos 2º e 3º trimestres, mas não quis aprofundar o conhecimento (e a dor) e centrei-me no meu problema. Até há poucas semanas não conhecia de viva voz ninguém que tivesse passado por uma interrupção da gravidez depois das 12 semanas. Agora conheço. Não sei dizer em que situações a dor é maior, cada uma de nós lida com a sua dor de forma diferente (conheço mulheres que ficaram desfeitas depois de uma perda às 8 semanas), mas ninguém deveria passar por um parto e sair da maternidade de mãos a abanar. 

Ontem disse para uma amiga "o quarto do bebé". Ela respondeu-me "Ainda não dizes que é o quarto do M..." Sai-me de vez em quando, outras vezes não. Ainda estou em processo de defesa e penso que só deixarei de estar depois de ver o bebé M com os meus próprios olhos e depois de o poder sentir quente com o meu corpo.



(da parte mais austríaca de Itália, este fim-de-semana - Bolzano)

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