21.8.14

o casamento (complicado!)

Quem me acompanha há bastante tempo sabe que eu atraio situações incomuns. Está-me nos genes ou coisa que o valha, não sei explicar, mas eu consigo complicar as situações mais normais. Ou melhor, não sou eu necessariamente que as complico, mas quando dou conta estou presa no meio de um novelo de lã sem saber muito bem como lá fui parar e muito menos como sair. Acho sempre que já me aconteceu de tudo, até que me deparo com uma nova situação invulgar (invulgar é eufemismo, como já vão perceber). E parece que o estado de graça me trouxe muitas novidades, mas livrar-me deste meu íman que atrai situações e gente que não interessam a ninguém não foi uma delas.

Ora, então, resumidamente é isto: Rosinha foi pedida em casamento há uns bons meses. Deixámos a coisa a marinar que, para dizer a verdade, nem eu nem elE somos muito dados ao matrimónio (isto só quer dizer que ter o papel assinado ou por assinar não muda absolutamente nada em termos dos sentimentos que nos unem). Entretanto ocorreu-me que giro giro seria casar em Las Vegas e, já que estávamos para aquele lado do mundo, juntava-se uma road trip na Califórnia ao pacote. Andávamos todos entusiasmados a tratar do roteiro, já havia capela escolhida e tudo, quando bebé M se juntou a nós. Dado o historial começámos a achar que talvez o casamento pela mão do Elvis não fosse a ideia mais brilhante, e que talvez fosse mais prudente fazermos a coisa de modo mais convencional e no nosso continente habitual. Tratámos dos trâmites legais e habemus casamento marcado. Só nós (descobrimos que não há necessidade de haver testemunhas), num dia de semana, sem pompa e com as nossas circunstâncias. Eis senão quando eu vou ao tapete e sou remetida para casa com um belo atestado médico. Estaria tudo muito bem se eu não estivesse em Itália, se o casamento não fosse em Portugal e se eu não tivesse um chefe filho da mãe que desde que eu não me mostrei receptiva às suas investidas de carácter sexual me faz a vida negra. Lá informei sua excelência sobre o casamento, porque sou obrigada a fazê-lo para ter direito à justa licença de casamento (e me permite poupar nas férias, que no próximo ano, já a três, me serão muito úteis). Mas por acaso o casamento está marcado para um dia antes do final da minha baixa médica. Pois que a criatura põe em causa o casamento porque eu estou de baixa, logo, segundo ele, não me posso deslocar para Portugal.

E é isto. Estamos a tentar resolver o imbróglio. Talvez nos casemos um dia destes, ou talvez não.

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