Acordei em Itália, madruguei e às 7.30 estava no gabinete. Admito que a minha vontade de voltar ao trabalho roçava o zero, mas já que é para voltar que seja em força. Logo à tarde tenho temos consulta. Na última consulta com a médica italiana, há quase 2 meses, o meu regresso ao trabalho nesta altura era algo ainda indefinido. A ver vamos qual o veredicto final (voltei hoje porque não me apetecia estar a gastar um dia de férias apenas porque sim; se vier trabalhar hoje e amanhã ficar em casa não vem mal nenhum ao mundo).
O que sinto agora vai contra a minha forma de agir até este momento. A última (única, penso eu!) vez em que tinha estado de baixa tinha sido há quase 15 anos. Foi um motivo de força maior. Nunca faltei ao trabalho depois disso. Na verdade, sempre passei mais tempo no trabalho do que era suposto. Mas agora dou comigo a pensar que destes 9 meses, que inicialmente pareciam imensamente longos, sobram apenas 100 dias. E provavelmente serão os últimos 100 dias de gravidez que terei em toda a minha vida, de modo que o que me apetecia mesmo era que a médica me mandasse para casa. Tenho o resto da vida para trabalhar, e da gravidez só me sobram 100 dias. Será assim tão absurdo querer ignorar o trabalho por agora e gozar esta fase única?
Faz todo o sentido!! Eu armei-me em mulher pós-moderna e trabalhei até ao fim (a Mariana nasceu a 9 e no dia 1 estava a fazer uma comunicação num congresso já com as 39 semanas feitas)... Hoje teria feito de outra forma... É uma parvoíce nesta fase puxar tanto os limites! O corpo está a fazer outro ser humano, no mínimo precisa de descanso e não de mais stress! E o pior de tudo é que além de não haver reconhecimento da dedicação ao trabalho criamos um precedente perigoso. Aproveita bem os 100 dias!
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