Se tudo tivesse corrido bem na primeira gravidez teria agora em casa um bebé de 7 meses. Já não me recordo exactamente do dia previsto, mas sei que o nascimento seria em Fevereiro. Este seria um bebé fruto da despedida dos pais, antes de eu vir para Itália. Se a segunda gravidez não tivesse tido um fim precoce, o bebé nasceria algures em Outubro. Não penso nisto muitas vezes, mas de vez em quando lembro-me.
Apesar de toda a dor e desilusão que estas perdas envolveram, especialmente a segunda (porque uma infelicidade acontece a qualquer um, mas duas já é coincidência mais), a verdade é que se não tivesse engravidado, fruto de um acaso, nunca saberia que poderia engravidar. Nunca tinha pensado realmente em engravidar até que aconteceu. O que não era um objectivo, porque me tinha sido dito ser praticamente impossível, tornou-se numa meta a atingir. Claro que teria sido preferível que tudo tivesse corrido bem da primeira vez, e agora já fossemos três. Não tendo sido assim, acabo por ficar imensamente feliz na mesma por ter engravidado. Se não fosse este acaso tenho quase a certeza que agora não estaria grávida de 7 meses, a desesperar com a escolha de um carrinho de bebé, a fazer uma colecção de mini-roupas, a esbugalhar os olhos de cada vez que vejo a minha barriga ao espelho, e a planearmos um futuro a três.
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