13.10.14

há coisas que não são para mim

A cada dia que passa mais me convenço que não fui feita para obedecer a regras que me limitam os passos físicos e, muito menos, os mentais. Colocarem-me dentro de uma cerca e limitarem-me o espaço de acção é meio caminho para eu querer, com todas as minhas forças, saltar o raio do muro. Preciso de espaço de manobra e irrita-me solenemente o controlo exacerbado. Há muito quem não seja assim, e eu respeito. Há quem precise mesmo de linhas delimitadoras e de regras para fazer um bom trabalho. Eu não, pelo contrário, tudo isto me castra os movimentos e me definha o pensamento. Há superiores que têm sensibilidade para perceber que as pessoas são diferentes e que deve haver alguma flexibilidade na forma de lidar com cada um. A maioria não é assim. À maioria dá gozo o poder de controlar os outros. Já tive superiores dos dois tipos e nem adianta dizer com quem as coisas correram bem e com quem correram mesmo muito mal.

Há uns anos tive uma experiência inesperada em que tive a oportunidade de me gerir, de gerir as minhas acções e os meus passos, de fazer tudo como bem entendia. Foi uma experiência particularmente bem sucedida. O problema é que não foi na minha área de actividade profissional comum, porque se tivesse sido, garanto-vos que me agarrava de novo a ela e mandava passear os superiores. Trabalho numa área que, à primeira vista, não permite abrir grandes portas a quem quer trabalhar por conta própria. Mas quem sabe, com tempo e sossego, não consigo encontrar uma brecha qualquer que me permita arriscar. Cada vez mais me convenço que não tenho perfil para ser uma trabalhadora dependente.

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