24.4.15

o segundo

São muito poucos os que sabem que estou a tentar engravidar de novo. Desses poucos devem sobrar 1 ou 2 que não me acham doida varrida. Uns acham que já tenho sarna mais do que suficiente para me coçar, os outros simplesmente não entendem. É verdade, nunca quis ter filhos. Aliás, sabia que dificilmente poderia ter filhos, de modo que foi algo que foi sempre colocado no fundo da minha lista de prioridades. Por outro lado, demorei muito a encontrar um homem que pudesse ser o pai dos meus filhos. Num golpe certeiro do destino dei comigo acidentalmente grávida com a pessoa certa. E a partir daí a minha vida nunca mais acalmou. Passei a ter uma vida muito mais agitada do que quando pegava em mim e viajava por aí. À terceira tentativa veio o pequeno Miguel e descobri que aquela pequena criatura que me condiciona os passos e me retirou liberdade, me dá muito mais do que me tira. Lá mais para o final da gravidez a ideia de alargar a família começou a fazer sentido para mim. A idade não me dá grande margem de manobra e, para além disso, não quero perder a minha liberdade de novo daqui a uns anos. Gostava de ter outro filho já, para que esta fase mais limitativa passe de uma vez só. Ter o primeiro não foi tarefa fácil, de modo que o mais certo é não haver segundo, mas não será por não tentar.

1 ano depois

Faz amanhã um ano que soube que o Miguel existia. Na verdade já tinha feito um teste no dia anterior, mas a risca era tão ténue que me escapou. Só no dia 25 quando vi uma espécie de sombra no teste voltei a olhar para o de dia 24 e vi o que no dia anterior me tinha passado ao lado. Ainda morava na casa junto ao lago. Subi as escadas e disse-lhe que parecia uma loucura, que a risca era muito muito clara, mas que estava lá. Tinha abortado no mês anterior. Ele ainda adormecido achou que era maluquice minha, que isto de ter passado por dois abortos em poucos meses me deveria estar a afectar. Não me disse nada disto, mas eu vi-o bem nos seus olhos. Tenho jeito para ler pessoas, nada a fazer. Virou-se para o lado e continuou a dormir. Não me lembro se continuei na cama se me levantei (se soubesse o que sei hoje teria ficado na cama a aproveitar cada segundo de sorna a que me podia permitir na altura). Sei que rebentei de felicidade por haver uma segunda risca cor-de-rosa e senti-me descansada por estar realmente grávida. Sentia-me grávida há já alguns dias. É estranho, não comentei com ninguém, não fossem achar que estava doida varrida, mas sentia-me grávida. E foi essa sensação de ter outra vida dentro de mim que me fez fazer o teste de gravidez uns dias antes do que era suposto. Um ano depois tenho um bebé de 4 meses em casa, noutra casa. Falta-me tempo e sobra-me felicidade e cansaço. 

Onde estarei daqui a um ano?

17.4.15

arranjou um amigo


corpo e mente

Quase quatro meses depois o balanço é o seguinte:
- menos 4 quilos e meio do que quando engravidei;
- nem uma estria;
- barriga no seu estado pré-gravidez.

Não é uma forma de me vangloriar de nada, são apenas constatações, porque engravidar não significa necessariamente dizer adeus ao corpo que se tinha antes. Tinham-me feito relatos tão medonhos quando engravidei que eu quase fiz o luto ao meu corpo. Suponho que a ausência de estrias é obra da genética e que os quilos a menos foram o lado positivo dos diabetes. 

Fisicamente estou bem e em equilíbrio. Mentalmente ainda me estou a adaptar à revolução que se deu na minha vida a partir de dia 22 de Dezembro. A vida muda mesmo radicalmente de um momento para o outro, e quatro meses não são suficientes para assimilar tudo e para me adaptar a todas as novidades. Ter o pequeno Miguel comigo é o maior e o melhor acontecimento da minha vida, mas as mudanças são tantas que é como se um tremor de terra tivesse abalado a minha vida. O retorno a um novo equilíbrio exige o seu tempo. Ainda estou em fase de adaptação ao novo ritmo da minha vida. Sim, continuo a querer engravidar o mais rápido possível, o que só significa que o sismo que se abateu sobre mim não causou grandes estragos, apenas alterou rotinas e prioridades.

16.4.15

sai à mãe, não é dado a meios termos

O puto não é de meios termos, ou bem que não dorme nada durante o dia (diz quem sabe que nesta fase deve dormir 5 horas durante o dia) ou bem que dorme horas e horas seguidas (e lá vou eu a toda a hora ver se respira).

Como bem se vê por ter tempo para vir ao blog, hoje é dia de dormir como se não houvesse amanhã!

9.4.15

Finalmente silêncio

Fomos a Portugal e regressámos ontem. Depois de tanto passeio e colo, a mini-criatura está insuportável: chora porque tem fome, chora porque comeu, chora porque tem sono, chora assim que acorda, chora deitado, chora sentado, chora com o brinquedo favorito. Conclusão: chora de qualquer maneira. Pego no puto, meto-o no carrinho e vamos lá passear até ao lago. Escrevo-vos sentada num banco de jardim enquanto a mini-criatura finalmente dorme! Sossego!