28.3.14

do Verão passado

Enquanto preparo a próxima road trip algumas fotos da do Verão passado, sem nenhuma ordem específica.


I love clouds Algures em Espanha: foto-chavão de qualquer road trip que se preze.

  can you hear the music?
A primeira paragem: Salamanca. Tinha lá estado há mais de 10 anos. Soube-e muito bem começar a viagem a recordar caminhos com memórias.

  one day I want a house like this
A delicadeza das casas em Carcassonne, património mundial da UNESCO, em França.

  road trip: day 4Chegámos a Martigues (França) já de noite e a primeira impressão não foi boa. Pensámos que não tinhamos feito a melhor opção ao termos escolhido parar em Martigues. A manhã confirmou a nossa opção inicial. A parte bonita e interessante de Martigues é muito pequena, mas é também muito bonita.

  Colorful windowsNice é uma confusão: trânsito pouco fluido, muita gente na rua e muita gente na praia. Desconfio que tão cedo não devemos voltar. Não somos fãs de grandes ajuntamentos. (Sim, é verdade, tenho uma adoração inexplicável por portas, janelas e portadas.)

  end of summerNarbonne e a sua praia de sonho: pouca gente, silêncio quase absoluto, paz e sossego. É para voltar em breve!

  Road trip: day 3Mais uma daquelas que fazem parte do álbum de qualquer road trip. Algures em França.

  Road trip: day 1Ainda no primeiro dia de viagem, em Espanha. Esta já foi parar à capa de um documento de trabalho meu. Deu-me gozo quando colocaram a questão dos direitos da fotografia da capa e respondi "É minha!".

  Road trip: day 4Em Avignon, tive pena de não ter ficado por lá a deambular mais tempo.

  morningSan Sebastian, em Espanha, com a certeza de que temos que arranjar uns dias para circularmos por lá com mais tempo.

a receita do crumble salgado


Para o crumble propriamente dito:

100g de farinha
100g de flocos de aveia integral
100g de manteiga (cortada aos cubos)
100g de queijo ralado (usei grana padano porque era o que tinha)

Com as mãos misturei os ingredientes todos até a massa ficar com consistência de areia (grãos grandes de areia!).

Para a parte salgada:

2 courgettes grandes
tomate cereja (quantidade a olho, não faço ideia!)
milho (talvez 1/4 de uma lata pequena)
1 peito de frango já cozido e cortado aos cubinhos
sal, pimenta, azeite

Coloquei as courgettes em água a ferver. Deixei-as 5 minutos na água a ferver (a intenção é só que fiquem um pouco amolecidas). Retirei as courgettes da água e fatiei-as. Juntei o frango cortado aos cubinhos, as courgettes fatiadas, os tomates-cereja cortados às metades e o milho. Temperei com sal, pimenta e um pouco de azeite. Coloquei num tabuleiro/taça para ir ao forno. Por cima espalhei a massa do crumble com consistência de areia. Devo ter deixado no forno durante 40 minutos.

Buon appetito!

27.3.14

não são só os olhos que comem

Vivo em Itália há 10 meses. Neste período comi mais pizzas do que tinha comido antes em toda a minha vida! Ainda não comi pizzas más. Já comi algumas assim assim e outras que quase me fizeram babar, mas quase 10 meses depois começo a precisar de fazer uma pausa nas pizzas. E nas massas. Na cantina servem massa todos os dias. Adoro massa e pizzas, mas há limites! Já a lasanha não é assim tão frequente. Nem todos os restaurantes têm lasanha no menu, um atentado para alguém como eu que sorri enquanto saboreia uma boa lasanha. E a lasanha em Itália, há que o sublinhar, é excelente. Também os risotos merecem destaque. Adoro o risoto de cogumelos e mirtilos de um restaurante aqui pertinho de casa. Quando como fora de casa é difícil escapar às massas, às pizzas, à lasanha e ao risoto, de modo que em casa tenho tentado diversificar.

No Domingo passado foi dia do crumble: um doce e outro salgado. Não me perguntem de qual gostei mais porque não vos sei dizer. De um lado a acidez dos frutos vermelhos a contrastar com a doçura do crumble, do outro o sabor acentuado a queijo do crumble salgado. É quase como perguntar a uma mãe de que filho gosta mais! Para já ainda não me rendi à comida de passaroco, cheia de sementes, e aos sumos verdes com ar gosmento que tanto se vêem por aí.



22.3.14

queda da flor!

Bastou que estivesse sol durante dois ou três dias para que as cores Outono dessem lugar ao florido primaveril. As árvores floriram de um dia para o outro e circular por aí sem destino enche-me os olhos de alegria e esperança. 


(mesmo à entrada do sítio onde trabalho, em Itália)

20.3.14

as férias que se querem grandes

Este ano não haverá férias em Agosto. Em Agosto grande parte dos meus colegas estará de férias, havendo o ambiente ideal para trabalhar em sossego. Por aqui os dias são tórridos nessa altura do ano, de modo que apetece vir trabalhar bem cedo, sair ainda antes do meio da tarde e aproveitar o Sol, o lago e a praia privada que temos desde que mudámos de casa. Em Agosto, estando aqui, estaremos em férias mesmo sem o estarmos oficialmente. Guardamos as férias para mais tarde, para a viagem que planeamos agora e que, ou muito me engano, ou vai ser uma das viagens das nossas vidas.  Confirmo aquilo que já todos sabem: planear a viagem dá-nos metade do prazer de viajar.

19.3.14

daqui a um mês estarei aqui

Não faço ideia do que mais me espera em 2014. Pode vir por aí muita coisa má, mas também tenho a certeza que me cruzarei com muitas coisas boas. Daqui a um mês estarei num sítio onde sou sempre um bocadinho mais feliz. Já lá estive três vezes, duas há mais de meia vida e a última em 2011. Das duas primeiras vezes éramos mais de cem, em 2011 fui sozinha e este ano vamos os dois. Acaso, ou não, isto diz muito sobre a minha vida.

Desejos no templo de A-Ma em Macau. Em 2011 deixei lá pendurado um meu. Os deuses orientais foram amigos. Três anos depois posso afirmar que o meu desejo foi satisfeito. Desconfio que este ano lá ficará outro!
 
Templo do Buda Gigante, em Lantau, Hong Kong

18.3.14

dos passeios de fim-de-semana

Eu continuo a mesma pessoa, só que um bocadinho mais vivida. Continuo a ser sorridente, a gostar de descobrir novos recantos e, ao contrário do que possam pensar, a ser muito feliz.

Lago d'Orta e a ilha de San Giulio pela primeira vez, mas é para voltar com toda a certeza:

12.3.14

regresso aos dias comuns

(de ontem, na caminhada solitária e silenciosa junto ao lado)

Da outra vez saí do hospital após a curetagem, respirei fundo, dormi, e no dia seguinte voltei ao trabalho como se nada fosse. Desta vez achei que merecia dois dias de sossego e descanso para pôr as ideias em ordem. Passei pela curetagem mais uma vez, embora desta vez o meu corpo se tenha encarregado de libertar de tudo o que era já supérfluo. No dia seguinte caminhei muito, parei sempre que me apeteceu e entre as caminhadas e as pausas houve tempo para fotografar. Hoje, dia em casa, almoço no terraço ao sol e limpeza da casa em jeito de limpeza da vida. Amanhã regresso aos dias comuns, volto ao ponto de partida. Mora em mim uma espécie de vazio. Não é um vazio enorme que me ocupa totalmente, mas um desconsolo, um desamparo e muitas dúvidas. Não me deixo consumir por estas dúvidas, mas de vez em quando elas aparecem de mansinho e depois somem. Acredito que um dia vai correr bem, naturalmente ou com acompanhamento médico. Não sei é quão longo será este caminho. Já pensei muitas vezes que o primeiro aborto pode ter sido apenas um passo inicial de uma longa caminhada. Já li muito, muito, muito. Mesmo antes do segundo aborto confirmado li muito sobre perdas consecutivas. Conheço as percentagens, sei de cor a teoria, sei o caminho a seguir. Sou racional o suficiente para reconhecer que há que tentar procurar as razões das perdas, embora saiba também que posso não vir a encontrar resposta para o porquê. Mas o meu lado que corre riscos continua a piscar-me o olho, e apetece-me arriscar mais uma vez e tentar provar que tive azar duas vezes seguidas, apenas isso, mas que à terceira é de vez.

11.3.14

o post que eu gostava de não escrever


(neve este Domingo, não muito longe de casa - Monte Mottarone)

A minha mãe costuma dizer que "O diabo não está sempre atrás da porta", mas atrás da minha já esteve duas vezes. Exactamente na mesmo altura em que a outra gravidez tinha deixado de evoluir, esta seguiu-lhe o exemplo. Da primeira vez, só quase um mês depois do embrião ter deixado de se desenvolver é que fui confrontada com a realidade. Não houve sintomas nem indícios de nada. Conheci por dentro uma expressão que até aí nada me dizia: aborto retido. Desta vez foi diferente. Desde o início que houve pequenos nadas que me deixaram de pé atrás, a confirmação do desfecho menos feliz chegou à sétima semana acompanhada por um aborto espontâneo. 

Pode parecer estranho, mas lidei melhor com a certeza do fim da gravidez do que com as semanas de incerteza entre o positivo e o fim. Sempre soube lidar com situações difíceis, nunca soube lidar com areias movediças, e desconfio que já não devo aprender.

Ainda é cedo para dizer que marcas me vão deixar estas duas gravidezes com fim precoce, mas tenho a certeza que essas marcas existem e o tempo dirá com que profundidade me ficarão vinacadas na pele e nas entranhas. Sei que numa próxima gravidez andarei de coração nas mãos a toda a hora, mas isso penso que não há como evitar. Novo balanço: 8 meses, 2 gravidezes, 2 corações que bateram, 2 corações que deixaram de bater às 7 semanas.