22.12.15

as teorias da maternidade 1

Vir a Portugal é ouvir pérolas quase que diariamente (se morasse cá ou teria já perdido a pouca sanidade mental que ainda me sobra ou teria saltado de uma ponte, não me ocorre terceira opção).

- Dei duas tesouradas à franja do miúdo que ele já tinha o cabelo quase dentro dos olhos.
- Mas não pode cortar o cabelo do bebé antes de completar um ano ou depois o bebé não cresce!

Salta-me a tampa interiormente, mas peço que me explique a relação entre o corte de cabelo e o bloqueio no crescimento do petiz.

- Ah, estava a brincar...

E meia dúzia de segundos depois:

- Cortaram o cabelo ao não-sei-das-quantas ainda ele não tinha um ano e parou de crescer. Tiveram que o passar por baixo do andor do Santo não-me-lembro-do-nome-do-raio-do-santo para voltar a crescer.

Eu, já sem paciência nenhuma:

- Ah, pronto, se passar por baixo do andor reverte a situação temos o problema resolvido.


1 ano de Miguel

Há 1 ano era mãe há poucas horas. Nunca tinha mudado uma fralda e o meu contacto com bebés era igual a nenhum. Ainda assim, e talvez fruto do meu risco pelo abismo, o que me apetecia mesmo era pegar naquele recém-nascido de 3 quilos e ir para casa viver o Natal com deve ser. Tive que esperar dois dias e às 8 da noite do dia 24 entrámos a casa a três. E tudo mudou. Não vou dizer que foi tudo fácil e cor-de-rosa porque não foi, ainda hoje me estou a adaptar à nova realidade. Mas também não é o bicho de sete cabeças que às vezes nos querem dar a entender que é, ou não estaria agora grávida de novo (sou uma inconsciente e não faço ideia nenhuma daquilo em que me estou a meter, essa é que é essa!).

Ainda não acredito, um ano?

16.12.15

até já, em Portugal!

Vamos para Portugal sem alterações na data prevista. Vamos quatro: três e um escondido. Pouco mais de dois centímetros e meio de gente que se inicia assim nas viagens de avião, nas viagens por outros países já se iniciou com poucos milímetros.

Os enjoos começam a atenuar, mas a maior parte da comida continua a fazer torcer-me o nariz. Acho que isto é coisa para se resolver em Portugal, com comida tradicional e com o Natal.

Tal como na gravidez do Miguel não vou fazer o rastreio do primeiro trimestre. Na próxima semana faço pela segunda vez o teste Harmony (fujo a sete pés de uma amniocentese quase certa, dada a minha idade e o meu histórico), e depois é esperar umas duas ou três semanas até haver resultados. Espero que o Natal e o ano novo não atrasem isto tudo, mas o mais importante é que os resultados não mostrem aquilo que nenhuma mãe quer ver, venham os resultados quando vierem. Com o relatório do teste virá também o veredicto sobre o sexo do bebé. Espero poder festejar a chegada de mais um rapaz ou da primeira rapariga, porque isso significará que os resultados não indicam nada de estranho e me permitem focar naquilo que é completamente acessório.

12.12.15

9 semanas!

Custa-me "comemorar" as 9 semanas sem um comprovativo de que chegámos efectivamente lá. Desta vez, como na vez anterior em que aqui chegámos, há um misto de alegria e desconfiança, uma amálgama de acreditar e de receio. Não sei se poderá ser de outra forma depois de nos perdermos pelo caminho 3 vezes. 

Haverá nova eco no dia antes de ir para Portugal. Admito que tenho algum medo de ficar em terra. Este também não seria um inédito. Na segunda gravidez abortei no dia antes da viagem e fui, naturalmente, proibida de voar. Desta vez a viagem tem um significado diferente. É Natal e o último Natal foi passado sem a família por perto, ainda que pelo melhor motivo que poderíamos ter. Este ano apetece-nos realmente pegar em nós e rumar a um Natal menos gelado no clima e na companhia.

Quero acreditar que esta semana pegaremos nas malas e irei, entre outras coisas, matar saudades do meu mar. A ver vamos.

11.12.15

nova fase

Já não é possível adiar mais o meu regresso ao trabalho. O Miguel começa a creche em Janeiro. Até ir para a pré-primária fui criada em casa pela minha mãe, totalmente dedicada a mim. Talvez por isso para mim tenha sido importante ficar em casa pelo menos até o Miguel completar um ano. Fazia-me confusão entregar um recém-nascido a alguém estranho. Tive a sorte de trabalhar num contexto que me permitiu ficar em casa este tempo todo, entre licença de maternidade e licença parental. 

Nos dois últimos dias fomos à creche, primeiro ter uma reunião com a directora, e no dia seguinte conhecer o espaço e as educadoras. Adorámos o espaço e as pessoas. Gostei particularmente do sossego e do silêncio, do espaço amplo, e de ter percebido que respeitam o ritmo de cada criança. Se antes de visitar a creche ainda estava de pé atrás por ir deixar de ter o meu filho comigo 24 horas por dia, esse receio sumiu quando o pus no chão e ele, sem medos nem angústias, gatinhou pela sala, começou a explorar os brinquedos e a seguir a única miúda que já caminhava. Começamos a adaptação em Janeiro e de acordo com a evolução logo se vê por quantas semanas irá apenas parte do dia.

8.12.15

8 semanas

As 8 semanas chegaram e a ecografia mostrou-me um embrião de pernas para o ar com o coração a bater forte. Pela segunda vez chegámos aqui. O receio não diminuiu, mas ultrapassámos mais um obstáculo. Continuo enjoada e juro que se não tivesse visto que era só um embrião começaria a achar que estava grávida de gémeos. Sim, eu sei que é suposto na segunda gravidez a barriga fazer-se notar mais cedo, mas bolas! Eu estou grávida de 8 semanas e estou mais pançuda do que na gravidez do Miguel com umas 16 ou 17 semanas. A continuar assim não sei onde irei parar, mas sei como lá vou chegar: a rebolar!

3.12.15

7 semanas e 5 dias

Ontem durante o dia a sensação de náusea deu-me tréguas. Vi a vida a andar para trás. Pensei de imediato que a maldição das 7 semanas tinha voltado a atacar. À noite os enjoos voltaram em força. Fiquei mais descansada enquanto lutava para conseguir comer alguma coisa ao jantar. Quase não consegui. Numa situação normal sou feliz alimentada a ovos e cogumelos. Ontem não consegui comer os meus adorados cogumelos gratinados com queijo. Tudo o que tenha um sabor mais acentuado faz com que o meu estômago dê meia dúzia de pinotes. Nesta fase sabem-me bem os sabores simples, pouco ou nada condimentados. O meu pequeno-almoço foram tomates-cereja, ovos mexidos e café com leite. Os tomates souberam-me bem, o resto nem por isso.

7 semanas e 5 dias e aparentemente tudo normal. Há esperança.

2.12.15

a árvore de Natal, o pequeno panda e as luzinhas

Temos árvore de Natal há para aí uma hora. A pequena criatura que habita cá em casa ainda não a destruiu, estou estupefacta! É certo que tentou comer algumas luzes, mas tirando isso, para já, tudo está sereno.