27.12.10

nunca voltes ao lugar onde já foste feliz

Tenho cumprido a regra, mas em Janeiro vou-me esquecer dela. A Estónia foi por água abaixo (salvo seja), e Hong Kong espera por mim, 17 anos depois. Tenho cá para mim que não podia ter encontrado melhor maneira de começar o ano.

21.12.10

só a mim

Primeiro foi um iogurte.
Hora do lanche, estômago já a lembrar-me da sua presença, e lá vou eu ao frigorífico da sala comum buscar o sempre muito desejado iogurte de chocolate com pedaços de chocolate. Abro a porta branca, espreito, afasto garrafas e caixas plásticas, e... Olhos arregalados, boca escancarada com formato de infinito qual desenho animado (vá, boca com forma de oito deitado para quem já se esqueceu das aulas de matemática): cadê o iogurte?
Roubaram-me o iogurte. De estômago insatisfeito e glândulas salivares enganadas, sorri ao pensar no infeliz que abriu o frigorífico e deparou com aquele paraíso de chocolate e se agarrou a ele sem pensar que tinha dono. Há carências que levam a estas atitudes. Enfim, a um ladrão esfomeado e carente tudo se desculpa.

Meia dúzia de dias depois desapareceu uma encomenda. Um iogurte eu desculpo, agora roubarem-me um envelope todo bonitinho que trazia dentro uma prenda de Natal já é um bocadinho demais. Tu, ladrãozeco, que querias usar uma agenda de 2011 mais bonita que a de qualquer outra pessoa, hás-de engasgar-te a comer as 12 passas e não há-de haver ninguém por perto para fazer a manobra de Heimlich. Nem oportunidade de usar a agenda hás-de ter.

E agora vou ali arranjar uma prenda substituta para a prenda roubada. Humpffff

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Feliz Natal!

(esta já é de 2007, mas continua a ser uma das preferidas)
Num mundo ideal todos viveríamos num equilíbrio perfeito entre vida pessoal e profissional. Mas o mundo não é ideal nem perfeito e as ideias de perfeição são do mais relativo que há. E depois há profissões que na verdade não o são. Para mim a profissão traz colada a si obrigações e deveres que não se coadunam com prazer e paixão. E, ou muito me engano, ou se é investigador 24 horas, 7 dias por semana, ou não se é. Não estou a dizer que se trabalhe e não se faça mais nada (Deus me livre). Estou a dizer que as ideias não tiram férias nas idas ao cinema, nem enquanto se cozinha o melhor bolo de chocolate do mundo e arredores, nem quando se fecha a porta do gabinete às 8 da noite de um dia qualquer. Estou a dizer que por muito que queiramos os artigos correm atrás de nós, e não é fácil deixá-los ali quietos e desamparados enquanto nos piscam o olho de forma sedutora. E é por isso que desconfio sempre do genuíno ser investigador de quem desaparece de circulação uma semana antes do Natal e reaparece já no novo ano mais rechonchudo e com ar de descanso total. Mas isto é o meu mau feitio a falar.

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20.12.10

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Sim, diverti-me a calcorrear a cidade de máquina(s) em punho.

Frio? Nada que umas luvas, um gorro e umas botas quase de esquimó não resolvam.

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o segredo para aturar a chefe



I wanna be sedated... I wanna be sedated... I wanna be sedated... I wanna be sedated...

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onde foram todos?

Chego cá hoje e não vejo praticamente ninguém. Depois lembro-me que já não há aulas, que já não há alunos, e que os professores e outros que tais, apesar de não estarem oficialmente de férias também não devem pôr cá os pés por estes dias (por estes dias = até ao próximo ano).

Confirma-se que ando a trabalhar em demasia, quando no dia 20 de Dezembro nem me passa que já não está cá quase ninguém, porque o Natal é daqui a 5 dias.

(2011 não vai ser bom)

Há uns tempos atrás o "Se fosse comigo não era assim" ou o "Comigo nunca que eu não permitiria" faziam-me dar uma resposta torta de imediato. Agora, na maior parte das vezes, a reacção é um sorriso silencioso. Acredito que estes comentários são fruto da inocência de quem não sabe do que fala, porque há situações que só se percebem quando se sentem na pele.

Aliás, eu acredito que com grande parte das pessoas que fazem estes comentários não seria assim, simplesmente porque dariam o braço a torcer meio minuto depois de serem ameaçadas. A injustiça e a falta de solidariedade são do piorzinho que se pode sentir (ia escrever que eram uma merda, mas parece que é Natal). Saber que temos razão e que temos do outro lado uma máquina poderosa contra nós é coisa para remexer tudo o que há cá por dentro. Saber que temos razão, que os outros sabem que temos razão, e mesmo assim fecham os olhos, é coisa para provocar revolta no ser mais pacato.

Mais ameaça, menos ameaça, a questão que se coloca é sempre a mesma: "Acreditas naquilo que defendes?" A resposta é sempre a mesma: "Obviamente". E, sendo assim, não há margem para dúvidas. Seguir em frente e ponto final.

18.12.10

desejo para 2011 (2)

Que a chefe tropece numa guilhotina ou numa forca e se dê um acaso feliz. Se for atropelada por um comboio também baterei palminhas.

15.12.10

daqui a um ano contas-me se resististe

Tenho cá para mim que se escrever hoje um mail para moi même a fazer futurologia, e o receber daqui a um ano, sou capaz de acertar pelo menos numa coisa. A não ser que nos entretantos eu deixe de ser eu, e passe a ser um ser passivo, sem emoções nem vontades (ia escrever "ser assexuado", mas estamos no Natal e quis ser mais cândida; se bem que desconfio sempre da normalidade e da sanidade mental de pessoas desprovidas de ímpetos carnais, seja lá em que época do ano for).


Este post não tem nadinha a ver com o anterior. Impetuosa sim, meter-me com propriedade alheia não.

14.12.10

desejo para 2011

- Tão interessante, tão interessante, tão interessante. *suspiro*
- Deve ter defeito. Está escondido, mas tem defeito. De certeza.
- Tem, tem, e eu sei qual é. É casado. Humpfff


Desejo para 2011: era um igualzinho àquele, mas sem apêndice. E nem precisa de vir embrulhado e com um laçarote vermelho. Au naturel basta.

10.12.10

pronto, acabei de comprar a minha prenda de natal: a polaroid já é minha

(foto e máquina [a que me há-de chegar à caixa de correio um destes dias] daqui)

it's the final countdown! ta ra raa ta raaa raaaaaaa


faltam 3 horas e 23 minutos

polaroid come to mama

Sou incapaz de entrar num centro comercial ao fim-de-semana, no mês de Dezembro. O meu lado anti-social não me permite tamanhos banhos de gente. E ficar horas numa fila à espera de pagar um casaquinho? Deus me livre.

Por outro lado, estou aqui em pulgas para que cheguem as 5 da tarde para ver se ainda consigo apanhar uma daquelas Polaroid a sério que uma bela loja online decidiu pôr à venda. E porquê 5 da tarde? Porque a gente da tal loja tem olho para o negócio e jeitinho para o marketing e decidiram pôr um cronómetro em contagem decrescente (tipo bomba-relógio) até às 5 da tarde de hoje, hora a que as belas Polaroid ficam finalmente disponíveis para venda online. E são tão pouquinhas, que eu consiga ficar com uma, que eu consiga agarrar uma. Quero muito e acabei finalmente o maldito artigo que há várias semanas não me dava descanso. Eu quero. Muito. E mais do que isso: eu mereço. Mesmo.

Ah, centros comerciais na época de natal não, mas levantar-me às 3 da manhã para ganhar um leilão no ebay é perfeitamente aceitável. Cof cof cof (so so nerd, e disfarço tão bem).

"acabar o artigo para entregar até sexta"

- o artigo já está acabado?
- não
- que dia é hoje?
- sexta-feira, uma e um quarto da manhã


é sexta até à meia-noite, não é?

9.12.10

quero o meu outro livro. tem lá um capítulo escrito por moi même, bahhh

Hoje recebi um envelope que devia trazer dois livros dentro. Estava rasgado e dentro tinha um único livro. Os correios britânicos, correctos como só eles, puseram o meu belo envelopezinho rasgado dentro de um saco plástico, onde se lia em letras garrafais "PEDIMOS DESCULPA", e remeteram-me o envelope só com um livro. Ladrões, mas educados, ou não fossem ingleses. Uma maravilha.

deus, para mim era uma família normal

Quem me conhece já sabe que me acontece tudo o que é mais improvável acontecer a qualquer um. Não conheço as razões de tal capacidade de atrair situações e pessoas estranhas, mas cada vez estou mas convencida que é um factor genético.

Acabei de receber este mail do meu pai:

"Eclipsaste-te, ou foste dentro."

Que bom que é receber mensagens carinhosas dos progenitores.

6.12.10

miss you

Vi as fotografias dele com ar embevecido de noivo.

Já passaram mais de 15 anos e está igual. Há mais de 15 anos atrás esperava por mim todos os dias de manhã na paragem do autocarro. À tarde levava-me lá de novo e esperava o tempo que fosse preciso até eu poder ir para casa. Perdíamos autocarros de propósito para podermos continuar a conversar. Não nos faltava assunto, ríamo-nos e andávamos de mão dada porque nos apetecia. Eu dizia-lhe que o aparelho nos dentes lhe dava piada e ele dizia que eu não era uma Olívia Palito. Ele ia ter comigo à praia e eu não perdia um jogo de basquetebol dele, ao fim-de-semana. Perdemo-nos em Paris de mão dada e dormi no colo dele na longa viagem de regresso. Tendo sido apenas (apenas?) um amigo, é capaz de ter sido mais meu namorado do que qualquer namorado que tive.

E hoje fiquei com um sorriso de orelha a orelha por ver aquelas fotos.

cada louco com as suas manias

Gosto de conduzir com trovoada.

vou então ali acabar o artigo para a conferência da Turquia,

depois disso já só falta:
- acabar o artigo para entregar até sexta;
- escrever um capítulo;
- preparar a apresentação para Hong Kong;
- escrever outro artigo;
- preparar a apresentação para a Estónia;
- fazer o poster para a Estónia;
- escrever uma proposta de capítulo;
- escrever outro resumo para a Turquia.
(e estou com a sensação de que me está a escapar qualquer coisa)

Não, isto não é a lista de tarefas até final do próximo ano. É assim coisa para ter que estar terminada está daqui a pouco mais de um mês. Valorizamos demasiado as horas de sono, certo?

Mas tens tempo para fazer mais alguma coisa, além de trabalhar? Sempre que essa alguma coisa se revela interessante, claro que sim.

3.12.10

o comprimento dos meus vestidos

- Tenho uma camisola igual à tua.
- É um vestido!
- [Glup]

é para o frio continuar durante uns bons tempos, ok?

As botinhas de quem falei aqui chegaram. Pelo sítio de onde vieram (China) e pelo preço que custaram (loja online aqui) achei que me ia sair na rifa uma imitação ranhosa, com mau aspecto e de qualidade muito duvidosa. À primeira vista, não encontro diferenças entre estas e as outras que vejo por aí. Agora é esperar que não se desfaçam na primeira vez que saírem à rua, que conhecendo-me como me conheço é capaz de ser já amanhã (ou hoje!).

(não se desfizeram, continuam com bom aspecto; pés muito quentinhos)

2.12.10

"ah, tu dizes que não queres saber dele, mas o que é que sentirias se o visses com outra?"

Alguma pena dela, por não saber no que se está a meter.

ainda vou ser vidente

No dia 1 de Dezembro de 2009 escrevi-me um mail através do FutureMe (vamos ignorar as questões relativas à sanidade mental de alguém que escreve um mail para o seu eu futuro). No dia 1 de Dezembro de 2010 recebi o meu mail.

Na altura questionava-me sobre a ida à ilha grega - oh yeah! E não é que fui mesmo? (aquela viagem de barco... bom, adiante) - e tecia considerações sobre duas pessoas, tendo muito claro na minha cabecinha o que iria acontecer num caso e poderia acontecer no outro. Uns meses depois andava aqui (ou no outro blog, vá) a resmungar, a lamentar, a sorrir, a rir, a admirar-me com o que estava a acontecer. Oh minha amiga (além de escrever mails para o meu eu futuro, também falo comigo própria), mas quem querias tu enganar? No dia 1 de Dezembro de 2009 já tu sabias o que ia acontecer em Setembro de 2010.


Quem quer que lhe leia a mão?

a culpa deste frio é minha

Vocês não sabem, mas a culpa deste frio é minha. Parece que em Janeiro vou dar um passeio até à Estónia. Hoje o dia está assim,


e parece que em Janeiro o panorama não será muito diferente. Gosto sempre de me preparar para as viagens que faço e, como tal, tinha que me ir aclimatando gradualmente. Está bem que 2ºC de manhã, quando saio de casa, não serão o mesmo que -11ºC (glup! Isto é uma temperatura máxima?), mas sempre vou tendo desculpa para andar de luvas e gorro.

Margarida, tu que estás habituada a temperaturas gélidas, vou sobreviver, não vou?

este blog devia-se chamar "da janela do meu gabinete"

(imagem ao natural, sem cortes nem cores alteradas; quem tem a vista mais bonita do gabinete, quem é?)

(Mesmo nos dias em que todos se queixam do frio, as minhas imagens não são dadas a arrepios. A psicologia é capaz de ter alguma explicação para isto.)