21.4.13

Ao mesmo tempo que me assusta, agrada-me meter a minha vida numa mala com vinte e poucos quilos.  É uma espécie de recomeço, deixar tudo para trás e levar comigo o essencial. Ir eu, só eu. Lançar-me ao desconhecido. Aprender uma língua nova, viver num sítio completamente diferente, deixar para trás um trabalho que já pouco me estimulava e abraçar um novo desafio, deixar as minhas pessoas para trás, ir sem conhecer nada nem ninguém. Sair da minha zona de conforto com a certeza de que existirão momentos em que me questionarei sobre a decisão que tomei, mas ter quase a certeza que esses serão uma pequena minoria entre tantos outros que acredito que me preencherão e me farão crescer. 

Quero mesmo isto. É exactamente aquilo de que preciso nesta fase.

Mas... há sempre um "mas", não há? Mas na altura em que tomei esta decisão, na altura em que concorri, no momento em que dei pulos de alegria por ter tido a desejada entrevista, no dia em que acordei com um mail que me dizia que o lugar que queria era meu e só meu, ainda não fazias parte de mim.
Como é que se concilia a vontade de embarcar nesta nova aventura e a vontade de não deixar de te ter por perto?

Ainda faltam umas semanas, mas é cada vez mais real. Respirei fundo e comecei hoje a fazer a lista do que me vai acompanhar até Itália.

Enquanto me encontro por cá vou fotografando os dias comuns.

18.4.13

lágrimas

Continuas a ser a parcela mais dolorosa desta equação. Sempre soube que ao embarcar nesta aventura teria de lidar com o afastamento da família, dos amigos, dos meus lugares e das minhas coisas. Por mais que isso me custasse, era algo com que contava à partida. Tu voltaste quando não era suposto e preencheste-me, assim como preencheste os meus dias. E agora não há como evitar pensar como será daqui a poucas semanas quando as minhas noites e os meus dias não te tiverem.

9.4.13

Contrato novo nas mãos e carta de rescisão em cima da secretária.
Vamos acreditar que há uma razão para tudo, e que as lágrimas que agora teimam em me turvar os olhos se vão transformar em sorrisos. Na verdade o sorriso continua cá, mas esta mistura de sentimentos, o querer tanto ir, mas querer também ficar, deixa-me os olhos tristes e a alma semi-desfeita. Ninguém disse que seria fácil, eu sei.