Depois de muito aperfeiçoar a técnica de gatinhar para trás, descobriu que a coisa também funciona para a frente.
10.10.15
6.10.15
nunca irei entender
Mediante o panorama político actual não há grande voltar a dar: não voltarei a Portugal tão cedo. Custa-me especialmente pelos meus pais, mas não tenho alternativa. O problema deve ser meu, porque se uma parte considerável dos Portugueses quer que o país continue como está (já se sabe que vai piorar, mas façamos de conta que continuará igual) é porque a situação deve ser favorável. Estou fora do país há 2 anos e meio, deve ter melhorado muito entretanto e eu não me apercebi.
4.10.15
simbolismo
Ver os resultados das eleições e começar a fazer as malas para amanhã regressar a um país que não é o meu.
2.10.15
inspirar, expirar, estou quase a ir embora
Meia dúzia de dias em Portugal e bato palmas pela distância que normalmente me separa cá do sítio. O motivo resume-se numa palavra de cinco letras começada por S, terminada em A, e que pelo meio tem quase um ogre.
ainda sobre as eleições
A certeza de que os resultados ditarão a (im)possibilidade de um dia destes regressar.
Não entendo como é que famílias que vivem miseravelmente, que viram os seus emigrar, que não podem dar aos seus o que gostariam, têm como intenção manter a situação política actual. É algo que sempre me ultrapassou e agora que a situação é mais grave, mais difícil me é entender.
1.10.15
Há dias saí de casa às 6 da manhã. O bebé estava a dormir. Entrei em casa passava das 9 da noite. O bebé estava a dormir. Nos 9 meses de existência do Miguel foi o primeiro dia assim. No dia seguinte quando o tornei a abraçar (com força redobrada para compensar a ausência do dia anterior) dei comigo a pensar que talvez a ideia de ter outro filho não estivesse totalmente de lado.
resumo dos dias
Em Portugal a saborear esta espécie de Verão fora de tempo. Sei que quando voltar a Itália voltarei também ao Outono, pelo que estes dias amenos me sabem a um bónus valioso. O bebé voltou a acordar de hora a hora durante a noite. Aguento-me bem durante o dia se dormir umas 2 ou 3 horas seguidas à noite, mas ultimamente é raro conseguir dormir uma hora de uma vez. Não me sinto cheia de sono, mas sinto o cansaço físico como nunca tinha sentido antes. Sei que ainda estou dentro dos meus limites e vou esticando a corda. Fui sozinha a Lisboa em trabalho. Podia ter dormido as 4 horas de viagem, mas fui incapaz de o fazer. Aproveitei para trabalhar, aproveitar cada minuto só meu sem interrupções. Foram 4 horas de silêncio e concentração que não sei quando poderei repetir. Estou a trabalhar num projecto interessante com o outro lado do mundo. Confirma-se que é isto que me dá gozo. É um trabalho útil para alguém, que sei ter impacto. Estou cansada de trabalhos de faz de conta que se arrumam em gavetas ou são usados em discursos políticos sem qualquer interesse ou consequência. Não vim nesta altura propositadamente para votar, mas fico feliz por estar cá neste momento. Penso que é a primeira vez que sinto verdadeiramente que os resultados destas eleições são fundamentais para o país e tenho um receio enorme que nada mude e tudo piore. Vou votar de forma que pode ser chamada de não útil. Não poderei votar de outra forma.
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