30.3.15

3 meses e tal

Rumámos a Portugal por uns dias. Custa-me escrever que são dias de férias, porque não os sinto assim. Tenho os dias ligeiramente menos pesados porque estamos a três, e não a dois como estou habitualmente durante quase todo o dia. Mas a verdade é que mantenho as tarefas de todos os dias, apenas com mais dois braços livres para dar colo à mini-criatura de vez em quando. Gostava de poder dizer que o pai da casa troca fraldas com cocó, veste o rebento, dá-lhe banho e não mo passa sempre para as mãos quando bolça ou chora, mas não posso. Mentir não é comigo.

A vida mudou sem volta no dia 22 de Dezembro. Deixei de ter tempo para mim. Passei a ter banhos com uns minutos contados, passei a jantar a desoras e passei a visitar sítios em função da presença ou ausência de fraldário. Há momentos em que é sufocante e de uma exaustão sem tamanho, mas, e lá vamos cair no lugar comum, vale tanto a pena. 

Já não sou de morrer de amores num abrir e piscar de olhos e assumo que me apaixonei pelo meu filho aos poucos. Foi extraordinário senti-lo pele com pele naqueles primeiros momentos, mas não senti aquele amor avassalador instantâneo sobre o qual tanto li. Esse amor chegou devagarinho e foi-se entranhando aos poucos. Pouco mais de 3 meses depois posso afirmar que  sou completamente apaixonada por aquela pequena criatura que me limita a liberdade e os movimentos. Por outro lado, e apesar de terem passado apenas 3 meses, aquele pequeno ser já me mudou sem possibilidade de voltar ao ponto de origem. Redescubro-me a cada dia que passa porque o tenho na minha vida. Mudou-me as prioridades e as vontades e torna doce cada segundo de cansaço. Para já é esta a minha definição de maternidade.

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