Nem tudo o que se relaciona com gravidez poderia ser difícil pelos meus lados: uma semana depois do João nascer tinha voltado ao meu peso pré-gravidez, embora ainda com uma barriguita flácida a dar de si. Um mês depois nem peso nem barriga. Não durmo decentemente, não descanso, lido com as birras constantes do Miguel enquanto o João mama, falta-me tempo para quase tudo, mas vá lá... não tenho razão de queixa quando me vejo ao espelho. É algo insignificante, mas nesta fase não é: há algo em que eu continuo a ser eu.
29.7.16
28.7.16
nova vida
Dormem os dois. Silêncio pouco habitual em casa, só entrecortado pelo barulho da ventoinha (o verão aqui é a sério).
Hoje encaixotei os primeiros pertences. É estranha esta sensação de embalar 3 anos de vida em meia dúzia de caixotes e partir de novo rumo ao desconhecido. Vim para Itália com 2 malas cheias de roupa, livros e máquinas fotográficas. Vou embora com 2 filhos, o resto é irrelevante. Está quase a terminar o tempo da pior experiência profissional que já tive e estou também a dizer adeus ao país que viu nascer os meus 2 filhos. Itália não me deixa saudades. Continuo a achar que é um país excelente para férias e um péssimo país para viver. Tive más experiências pessoais e profissionais com italianos, mas também as tive por cá com portugueses filhos da mãe e a quem desejo tudo o que merecem. O que interessa agora é que daqui a um mês e pouco estarei de férias em Portugal, poderei levar o Miguel à praia, poderei comer o cozido à portuguesa que bem me apetecer (existem desejos pós-gravidez?), poderei recarregar baterias de paciência e sossego, para daí a mais umas semanas rumar a novo destino, nova cultura, nova língua. Nova vida.
25.7.16
1 mês já passou e faltam 5 semanas
Não sei como é que isto aconteceu, mas já passou 1 mês. O João já fez 1 mês! Parece que nasceu há 2 ou 3 dias e afinal um mês já se foi.
Daqui a 5 semanas estaremos a caminho de Portugal, depois do adeus definitivo a Itália. Estamos em contagem decrescente e ainda há tanto para fazer: formalidades a tratar, tralhas que não queremos levar para vender, embalar tudo o que será enviado para Portugal ou para o nosso novo destino, e tanto tanto mais.
A viagem vai ser uma verdadeira loucura. Temos o carro português para levar, de modo que desta vez o carro substituirá o avião. Itália-Portugal de carro, 2 dias de viagem, 2 bebés, 2 adultos, quase sem bagagem (os bebés ocupam tanto espaço que não deixam margem para malas). We will survive... espero eu! :D
22.7.16
3 anos
A 22 de Julho de 2013 estava internada para fazer a primeira curetagem.
A 22 de Julho de 2014 estava grávida do Miguel.
A 22 de Julho de 2015 estava grávida, mas ainda não sabia. Deixaria de estar poucas semanas depois.
22 de Julho de 2016: o João faz 1 mês, o Miguel faz 19 meses.
17.7.16
amamentação - é desta!
Amamentei o Miguel durante muito pouco tempo. Estava preparada para ter dores ao amamentar. Estava preparada para uma subida do leite dolorosa. Não estava preparada para que o meu filho não aumentasse de peso e a amamentação ficasse pelo caminho. Sempre me senti "eu" durante toda a gravidez do Miguel e no pós-parto também, não senti que as hormonas tivessem tomado conta de mim, excepto no dia em que tive que abrir uma lata de suplemento e preparar um biberão. Nesse dia chorei baba e ranho. Estava a fazer o que me era possível na altura, mas a sensação de estar a falhar e de não estar a dar ao meu filho o que ele merecia tomou conta de mim. Depois, quando vi o ponteiro da balança a subir, confirmei que dada a situação estava a fazer o que era correcto e até encontrei vantagens em lhe dar leite adaptado (não ter que ser sempre eu a dar-lhe o biberão era uma delas), mas fiquei sempre com um travo amargo na boca. Senti que se estivesse em Portugal saberia onde me dirigir para procurar ajuda, e que estando longe estava um pouco perdida nesse aspecto. Para além disso, tudo era novidade, estávamos só os três e penso que isso condicionou a minha capacidade de me mexer e dar luta ao suplemento.
Quase não preparei nada para o nascimento do João. Não li nada, não me preparei para o parto. Ainda estava tudo muito fresco de toda a experiência com o Miguel e a verdade é que tudo o que se relaciona com o parto e com o cuidar de um recém-nascido me parece muito intuitivo. Tudo me parece intuitivo, menos a amamentação. Sobre amamentação li, informei-me, pesquisei onde poderia procurar ajuda se tivesse dificuldades mais uma vez. O João mamou pela primeira vez na sala de partos e não me magoou, como aconteceu com o Miguel. Achei que seria um bom augúrio. Mas a verdade é que o João não parecia ficar saciado depois de mamar quando ainda estava no hospital. Por três ou quatro vezes bebeu suplemento (e como o bebeu rapidamente!) e eu não chorei nem me senti mal. Desta vez sabia que estava a fazer tudo, mesmo tudo, o que podia: pedi a várias enfermeiras que verificassem a pega (tudo OK), fizemos o que não é indicado (pesar o bebé antes e depois de mamar), mas que nos ajudou a perceber o que se passava: o peso não aumentava e vimos que naquela altura eu basicamente não tinha leite. Para além disso o João debatia-se imenso para pegar na mama (o que não acontecia com o biberão do suplemento), o que não ajudava nada. Saímos do hospital e, apesar de ter comprado uma lata de leite adaptado, decidi não lhe dar suplemento até à pesagem seguinte, passados dois dias. Depois de o pôr na mama dava-lhe leite meu no biberão, tirado com a bomba. Bebia bem esse leite e a verdade é que o peso aumentou. Senti-me mais confiante: o problema não estava no meu leite. Mas o João continuava a lutar com a mama. Tirar leite com a bomba resolvia o problema, mas por quanto tempo? Até quando conseguiria eu tirar leite várias vezes por dia tendo outro bebé em casa? Falei com duas CAM (conselheiras de apoio à amamentação) portuguesas. Uma aconselhou-me a deixar o biberão gradualmente, a outra a cortar com o biberão de forma radical. Eu já sabia que era esse o caminho, mas tinha medo que o peso baixasse de novo. Enchi-me de coragem e fui pela abordagem radical. Arrumei a bomba e o biberão. O João continuou a aumentar o seu peso. Não lhe tornei a dar leite meu pelo biberão. A confiança ajuda muito nestas situações e eu sentia-me bem mais confiante do que na altura do Miguel.
13.7.16
o que mais me custou
O João nasceu na quarta. Na quinta o H. viajou para fora do país e o Miguel teve que ficar esse dia e a noite de quinta para sexta em casa de amigos nossos. Pedimos-lhes que ficassem com o Miguel porque têm uma filha exactamente da mesma idade. Assim o Miguel estaria entretido com a menina e sabíamos que quem ficaria a tomar conta dele daria conta do recado sem grandes problemas.
Tendo o João nascido ao meio-dia e meio assumimos que na sexta por essa hora teríamos alta, eu iria buscar o Miguel e iríamos os três para casa. O H. chegaria ao início da noite.
Mas nem tudo correu como o esperado. Como o João nasceu algumas semanas antes do tempo, por uma questão de precaução, não nos deixaram sair do hospital na sexta, apenas no sábado. Comecei a ficar preocupada por o Miguel ter que ficar também o dia inteiro na sexta com pessoas que ele não conhecia. Pior fiquei quando soubemos que o H. corria o risco de não conseguir voltar a Itália na sexta porque a companhia pela qual viajava estava em greve. Isto implicaria que o Miguel teria que passar mais uma noite fora de casa e sem pai nem mãe.
O que mais me custou no parto do João foi toda esta situação com o Miguel. Não foram as contracções, não foram as dores na hora H. Foi saber que o Miguel estava sem nós e sem perceber porquê. Quando a pediatra me disse que não teríamos alta na sexta eu já sabia que corríamos o risco do H. não conseguir voltar na sexta. Tive que respirar fundo várias vezes para não desatar num pranto ao pensar nesta possibilidade.
No final, o pior cenário acabou por não se verificar. Nós só tivemos alta no sábado à hora de almoço, mas o H. chegou na sexta à noite. O voo atrasou que se fartou, mas houve voo. O Miguel já passou a noite de sexta para sábado em casa com o pai.
Estar noutro país sem o suporte da família tem destas coisas.
12.7.16
o parto - para minha memória futura
Tive consulta no dia 18 de Junho e foi aí que confirmei que o que andava a sentir eram contracções e a dilatação já ia nos 4 centímetros. O H. ia viajar na quinta seguinte e o regresso seria na sexta. Comentei o nosso calendário com a obstetra e para ela era claro que o João iria nascer durante a semana, muito provavelmente antes de sábado. Fiquei de ir ao hospital na terça, caso não houvesse novidades antes, e a médica veria a evolução da coisa. No sábado, muito provavelmente resultado de fazer a mala de maternidade (que ainda não estava feita!) e limpar a casa toda, tive contracções atrás de contracções (sem dor, mas a sensação era familiar e não havia margem para dúvida - eram mesmo contracções!). A dada altura achei que da noite de sábado para domingo não passaria. Mas passou. Domingo foi um dia sereno, sem contracções. Na segunda as contracções regressaram. Achei de novo que durante a noite poderia haver novidades, mas a verdade é que nada aconteceu.
Terça de manhã fui ter com a médica. Estava a torcer para que a dilatação não tivesse aumentado, mas a verdade é que já ia a meio do caminho: 5 centímetros de dilatação e eu feliz da vida e sem dores. A obstetra, que me acompanha desde o meu primeiro mês em Itália, que é o mesmo que dizer que me acompanha desde a primeira gravidez, teve receio por mim e decidiu fazer papel de mãe. Teve medo que o João decidisse querer nascer durante a noite quando o H. não estivesse e eu estivesse sozinha com o Miguel. Segundo ela, dado que seria o segundo parto e que já estava com 5 centímetros de dilatação, seria tudo muito rápido e desconfio que teve medo que eu não chegasse ao hospital a tempo. Foi pragmática e perguntou-nos se não preferíamos que o João nascesse antes do H. viajar. Acrescentou que ela ficaria mais descansada, que no hospital "tomariam conta de mim" e que assim poderíamos deixar o Miguel com os nossos amigos, sem pressas nem contratempos. Concordámos que era a opção mais racional. Mandou-me estar no hospital na quarta, dia 22 às 8 da manhã, caso não entrasse em trabalho de parto antes. Não havia motivos para induzir o parto, de modo que a obstetra me sugeriu uma forma alternativa de acelerar o parto. Mandou-me tomar óleo de rícino às 6 e depois às 7 da manhã de quarta.
Nunca tinha ouvido falar do óleo de rícino como indutor do parto, mas a verdade é que uma pesquisa breve não deixou margem para dúvidas. Na verdade, o óleo de rícino provoca contracções no intestino e, nesta situação, acaba por provocar também contracções uterinas. Se alguém me tivesse recomendado tomar óleo de rícino com este fim não iria na conversa. Tendo sido a minha obstetra, em quem confio plenamente, não duvidei nem da intenção nem da eficácia. Às 6 da manhã primeira colherada de óleo, às 7 mais uma e às 8 estava no hospital já com 6 centímetros de dilatação, sem dor e sem contracções.
Senti-me uma ave rara quando vinham ter comigo ao quarto e me perguntavam se sentia dor e eu respondia que não. Estive ligada ao CTG: algumas contracções ainda muito espaçadas e sem dor. Entretanto levaram o CTG e lá fiquei eu no quarto, sentadinha na cama, agarrada ao telemóvel para me entreter e ver se o tempo passava. Grande parte do tempo estive sozinha. O H. estava com o Miguel. O Miguel esteve no quarto connosco algumas vezes, mas quem segura um pequeno mafarrico de 18 meses num espaço tão pequeno sem destruir o que o rodeia? E também nos parecia que o João iria demorar bastante tempo a nascer, de modo que não havia necessidade de deixar o Miguel com ninguém tão cedo.
Ora bem, o H. saiu para almoçar com o Miguel quando faltava um quarto de hora para o meio-dia. Nessa altura já tinha algumas contracções com dor, mas achei que o caminho ainda seria longo. Entretanto ligaram-me de novo ao CTG. Estava sentadinha no cadeirão. Se no primeiro parto estar sentada parece ter acelerado a coisa, decidi repetir a posição.
Faltavam 2 ou 3 minutos para o meio-dia e meio e as contracções eram mais fortes e mais prolongadas. Eram muito diferentes das contracções que tinha sentido no parto do Miguel, que eram verdadeiramente dolorosas e faziam o CTG ir até aos 100%, mas ainda assim achei que se calhar tinha chegado o momento de fazer força e conhecer o rebento. Pedi à rapariga que estava comigo no quarto que tocasse a campainha para chamar uma enfermeira (eu ligada ao CTG não chegava à minha campainha!). Veio uma enfermeira, expliquei o que sentia com toda a calma do mundo. Esta enfermeira foi chamar uma outra que me disse "vamos para a sala de partos!, traga a roupa do bebé". Peguei no saquinho com a fatiota e enviei SMS telegráfica ao H: "sala partos!" Comi o "de" porque naquela altura percebi que o tempo escasseava verdadeiramente. Lá vou eu com a enfermeira, o saquinho da roupa e o telemóvel e a enfermeira pergunta-me: "Escadas ou elevador?" Respondi "elevador" enquanto me ria, porque acredito que se fosse pelas escadas o João não teria nascido no bloco de partos! Entrámos no bloco de partos e o João começou verdadeiramente a nascer quando ainda não tinha chegado à marquesa. Sentia a cabeça dele. Deitar-me na marquesa não foi tarefa fácil. Deitei-me e o João nasceu naquele momento. Eram 12:35. Não senti a sensação de explosão que senti no parto do Miguel. Não precisei que ninguém me dissesse para fazer força. Não pensei, como tinha acontecido da primeira vez, que tinha que fazer força de forma contínua porque havia muitas barreiras a transpor e que só assim o bebé nasceria. Desta vez foi completamente intuitivo: senti que o João ia nascer, fiz força durante 2 ou 3 segundos et voilà "habemus João!". Desta vez não houve episiotomia, nem houve tempo para nada. Entre enviar SMS a dizer que ia para a sala de partos e o João nascer passaram-se 4 minutos. Fiquei a perceber porque é que há grávidas que têm os bebés a caminho do hospital, é que não há como controlar mesmo!
O H. chegou poucos minutos depois do João nascer, ainda a tempo de lhe vestir a primeira fatiota.
Sobre as contracções, percebi finalmente porque é que me diziam que as contracções eram como dores de período mais fortes. O meu primeiro parto foi induzido com oxitocina e as contracções são completamente diferentes! Contracções com oxitocina são mesmo muito dolorosas, nada que se assemelhe a dores de período. Já no segundo parto foram muito mais brandas e, sim, confirmo que são como dores de período mas mais intensas (só na fase final é que não!, mas mesmo estas não têm comparação com as contracções que se têm com oxitocina).
Logo a seguir ao parto dei mama ao João ainda na sala de partos e uns minutitos depois descemos para o quarto, desta vez pelas escadas!
(Sim, mais uma vez foi um parto sem epidural. Em Itália a epidural não é administrada de forma comum, como em Portugal. Apesar de ter tido partos rápidos, claro que preferiria não ter sentido dor, o que podia muito bem ter acontecido já que tanto de uma vez como de outra cheguei ao hospital já com dilatação suficiente para me darem epidural.)
Ora bem, o H. saiu para almoçar com o Miguel quando faltava um quarto de hora para o meio-dia. Nessa altura já tinha algumas contracções com dor, mas achei que o caminho ainda seria longo. Entretanto ligaram-me de novo ao CTG. Estava sentadinha no cadeirão. Se no primeiro parto estar sentada parece ter acelerado a coisa, decidi repetir a posição.
Faltavam 2 ou 3 minutos para o meio-dia e meio e as contracções eram mais fortes e mais prolongadas. Eram muito diferentes das contracções que tinha sentido no parto do Miguel, que eram verdadeiramente dolorosas e faziam o CTG ir até aos 100%, mas ainda assim achei que se calhar tinha chegado o momento de fazer força e conhecer o rebento. Pedi à rapariga que estava comigo no quarto que tocasse a campainha para chamar uma enfermeira (eu ligada ao CTG não chegava à minha campainha!). Veio uma enfermeira, expliquei o que sentia com toda a calma do mundo. Esta enfermeira foi chamar uma outra que me disse "vamos para a sala de partos!, traga a roupa do bebé". Peguei no saquinho com a fatiota e enviei SMS telegráfica ao H: "sala partos!" Comi o "de" porque naquela altura percebi que o tempo escasseava verdadeiramente. Lá vou eu com a enfermeira, o saquinho da roupa e o telemóvel e a enfermeira pergunta-me: "Escadas ou elevador?" Respondi "elevador" enquanto me ria, porque acredito que se fosse pelas escadas o João não teria nascido no bloco de partos! Entrámos no bloco de partos e o João começou verdadeiramente a nascer quando ainda não tinha chegado à marquesa. Sentia a cabeça dele. Deitar-me na marquesa não foi tarefa fácil. Deitei-me e o João nasceu naquele momento. Eram 12:35. Não senti a sensação de explosão que senti no parto do Miguel. Não precisei que ninguém me dissesse para fazer força. Não pensei, como tinha acontecido da primeira vez, que tinha que fazer força de forma contínua porque havia muitas barreiras a transpor e que só assim o bebé nasceria. Desta vez foi completamente intuitivo: senti que o João ia nascer, fiz força durante 2 ou 3 segundos et voilà "habemus João!". Desta vez não houve episiotomia, nem houve tempo para nada. Entre enviar SMS a dizer que ia para a sala de partos e o João nascer passaram-se 4 minutos. Fiquei a perceber porque é que há grávidas que têm os bebés a caminho do hospital, é que não há como controlar mesmo!
O H. chegou poucos minutos depois do João nascer, ainda a tempo de lhe vestir a primeira fatiota.
Sobre as contracções, percebi finalmente porque é que me diziam que as contracções eram como dores de período mais fortes. O meu primeiro parto foi induzido com oxitocina e as contracções são completamente diferentes! Contracções com oxitocina são mesmo muito dolorosas, nada que se assemelhe a dores de período. Já no segundo parto foram muito mais brandas e, sim, confirmo que são como dores de período mas mais intensas (só na fase final é que não!, mas mesmo estas não têm comparação com as contracções que se têm com oxitocina).
Logo a seguir ao parto dei mama ao João ainda na sala de partos e uns minutitos depois descemos para o quarto, desta vez pelas escadas!
(Sim, mais uma vez foi um parto sem epidural. Em Itália a epidural não é administrada de forma comum, como em Portugal. Apesar de ter tido partos rápidos, claro que preferiria não ter sentido dor, o que podia muito bem ter acontecido já que tanto de uma vez como de outra cheguei ao hospital já com dilatação suficiente para me darem epidural.)
quase a dizer adeus a Itália
Estou a menos de 2 meses de sair de Itália de vez. Por um lado estou feliz. Enquanto estava a trabalhar gostava realmente de morar aqui, mas depois de ficar em casa com o(s) bebé(s) a minha opinião mudou. Moro perto e na verdade tão longe de Milão. Por uma série de condicionantes, desde que fiquei em casa que me sinto "presa". Sair daqui será uma espécie de libertação. Viver no campo foi uma experiência interessante, mas agora apetece-me voltar a ser uma pessoa de cidade, com tudo à mão, mesmo que na outra mão vá um carrinho duplo de bebé.
Depois há o outro lado. Sair de Itália agora é como encerrar a fase mais dura e mais doce da minha vida. Cheguei grávida a Itália, engravidei mais 4 vezes. Saio de cá com 2 filhos. Sair daqui agora é o encerrar de uma etapa que naturalmente teria um fim, mas é vincar esse fim de uma forma impossível de ignorar. Nunca o imaginei antes, mas sei agora que vou sair daqui de lágrima no canto do olho.
9.7.16
a Melancia apaixonou-se pela Raspberry!
Descobri esta marca quase por acaso. Cruzamo-nos por aí, neste mundo quase infinito das redes sociais e houve uma empatia da Melancia pela Raspberry Republic e vice-versa. Foi um acaso muito feliz. Adoro as peças da Raspberry por todos os motivos e mais alguns: os padrões alternativos e divertidos, o conceito da marca (todas as peças são feitas com algodão orgânico alternativo e a sua produção respeita os trabalhadores) e a qualidade dos materiais.
Espreitem que vale a pena! Vão por mim! :)
Ah, e com tamanhos, desta vez, até aos 3 anos ;)
Ah, e com tamanhos, desta vez, até aos 3 anos ;)
1.7.16
novidades em jeito de telegrama
Juro que quero vir cá contar as novidades, mas o tempo parece ter encolhido um bocadito mais e entre os miúdos, a casa, o marido e a loja não sobra grande tempo. Enquanto não vos conto mais nada adianto apenas que aquele receio de não gostar de um como gostava do outro se desvaneceu assim que me puseram o pequeno João em cima do peito, ainda deitada na marquesa onde ele acabou de nascer (começou a nascer ainda eu estava em pé a entrar no bloco de partos!). Fui atingida por uma espécie de relâmpago de amor pelo pequenote. Confirmo o chavão do coração de mãe alargar e onde cabia apenas um, caberem agora dois sem o espaço ter diminuído para o primeiro. Ainda passou tão pouco tempo e já me tinha esquecido de como são doces os sons produzidos por um recém-nascido e de como nos enche a alma ter aqueles nem 3 quilos de gente ao colo.
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