(neve este Domingo, não muito longe de casa - Monte Mottarone)
A minha mãe costuma dizer que "O diabo não está sempre atrás da porta", mas atrás da minha já esteve duas vezes. Exactamente na mesmo altura em que a outra gravidez tinha deixado de evoluir, esta seguiu-lhe o exemplo. Da primeira vez, só quase um mês depois do embrião ter deixado de se desenvolver é que fui confrontada com a realidade. Não houve sintomas nem indícios de nada. Conheci por dentro uma expressão que até aí nada me dizia: aborto retido. Desta vez foi diferente. Desde o início que houve pequenos nadas que me deixaram de pé atrás, a confirmação do desfecho menos feliz chegou à sétima semana acompanhada por um aborto espontâneo.
Pode parecer estranho, mas lidei melhor com a certeza do fim da gravidez do que com as semanas de incerteza entre o positivo e o fim. Sempre soube lidar com situações difíceis, nunca soube lidar com areias movediças, e desconfio que já não devo aprender.
Ainda é cedo para dizer que marcas me vão deixar estas duas gravidezes com fim precoce, mas tenho a certeza que essas marcas existem e o tempo dirá com que profundidade me ficarão vinacadas na pele e nas entranhas. Sei que numa próxima gravidez andarei de coração nas mãos a toda a hora, mas isso penso que não há como evitar. Novo balanço: 8 meses, 2 gravidezes, 2 corações que bateram, 2 corações que deixaram de bater às 7 semanas.
Lamento, Rosa... *
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