Primeiro foi um iogurte.
Hora do lanche, estômago já a lembrar-me da sua presença, e lá vou eu ao frigorífico da sala comum buscar o sempre muito desejado iogurte de chocolate com pedaços de chocolate. Abro a porta branca, espreito, afasto garrafas e caixas plásticas, e... Olhos arregalados, boca escancarada com formato de infinito qual desenho animado (vá, boca com forma de oito deitado para quem já se esqueceu das aulas de matemática): cadê o iogurte?
Roubaram-me o iogurte. De estômago insatisfeito e glândulas salivares enganadas, sorri ao pensar no infeliz que abriu o frigorífico e deparou com aquele paraíso de chocolate e se agarrou a ele sem pensar que tinha dono. Há carências que levam a estas atitudes. Enfim, a um ladrão esfomeado e carente tudo se desculpa.
Meia dúzia de dias depois desapareceu uma encomenda. Um iogurte eu desculpo, agora roubarem-me um envelope todo bonitinho que trazia dentro uma prenda de Natal já é um bocadinho demais. Tu, ladrãozeco, que querias usar uma agenda de 2011 mais bonita que a de qualquer outra pessoa, hás-de engasgar-te a comer as 12 passas e não há-de haver ninguém por perto para fazer a manobra de Heimlich. Nem oportunidade de usar a agenda hás-de ter.
E agora vou ali arranjar uma prenda substituta para a prenda roubada. Humpffff
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