22.10.12

olhó passarinho

colorful street
Às vezes vou por aí sozinha, de máquina guardada na carteira, sem destino definido nem intenção. Pode ser só uma caminhada pelos arredores que só o são na geografia, já que conto pelos dedos de uma mão as vezes que por lá passo por acaso. Ou podem ser umas horas a fazer de conta que sou turista em terra própria. Nos dias em que me transformo numa forasteira caseira (re)descubro caminhos e paisagens, fotografo pormenores sem querer saber de quem passa e ignorando os seus olhares questionadores.
Estes são passeios solitários e só assim fazem sentido. O meu egoísmo trava-me certas vontades e movimentos. Não sei fotografar rodeada de gente, seja esta gente conhecida ou desconhecida. Tirar fotografias tem o seu quê de íntimo. É encontrar aquele ângulo que para mim faz mais sentido, é registar aquele conjunto de cores que me fazem sorrir, é estabelecer uma ponte invisível com os outros. Na verdade, penso que para mim tirar fotografias é ser apenas eu, sem subterfúgios, sem preocupações, sem receios. E eu não sei ser assim transparente rodeada de gente.

2 comentários:

  1. Se mal lhe pergunte, Rosa...

    ...nunca se sentiu confortável a tirar as suas fotos, as mesmíssimas fotos suas que aqui expõe na companhia de um(a) amigo(a) que também tivesse uma paixão semelhante por fotografar?... Eu acho que gostaria muito de encontrar um amigo assim. As suas fotos estão, em nota artística, a milhas das que eu tiro, bem sofríveis... Se tiver curiosidade... aqui ficam 2 vias para as visualizar.

    Beijim! ;-)
    Giuseppe
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  2. Tenho que confessar que até hoje sempre me senti mais confortável sozinha :)

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