16.12.11

Não sou insegura.
Correcção: não sou normalmente insegura. Quando me sinto insegura sei que o meu mundo foi abanado por um sismo de intensidade considerável. Esqueço-me de quem sou, de quem já fui, daquilo por que já passei, dos risos, das lágrimas. Esqueço-me de tudo e sinto-me um ovo sem casca, ali à mercê da vontade de uma determinada pessoa. E detesto, oh como detesto, esta sensação de vulnerabilidade que nada tem a ver com a pessoa que (normalmente) sou. Reajo mal a esta insegurança que toma cada parte do meu corpo e torno-me agressiva e especialmente reactiva. Ai, que isto me passe depressa, que se há coisa que me desespera (e me espanta, e no fundo, me agrada; uma espécie de sabor agridoce) é sentir-me assim, sem ser capaz de ser racional. Vulnerável e frágil, com a vida assente em sentimentos perdidos no ar, sem saber se (aquele) alguém lhes dá a mão ou não. Como é que uma pessoa saída do nada, que nada sabe de mim, provoca esta devastação interior?

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