Éramos três. Perguntámos ao taxista se nos levava a um bar cá do sítio. Que sim, que sim, que levava. Depois do preço regateado (sim, há que regatear sempre o preço do táxi) entramos no táxi. Já sentadinhas no banco de trás vemos chegar um amigo do taxista, que se senta ao lado dele (não era a primeira vez que acontecia, já não estranhámos). Entretanto taxista levanta-se e sai. Ficamos as três no banco de trás e o amigo do taxista à frente. O amigo olha muitas vezes para trás, para nós, com um ar entre o espantado e o esfomeado. Esperamos pacientemente (eu sei que noutro contexto teríamos saído do carro, mas em Timor tudo é diferente e difícil de explicar a quem não conhece o ambiente!). Minutos depois o taxista regressa. Pensamos nós que se vai iniciar a viagem. Pensamento errado, claro está. Chegam mais dois amigos da taxista. Um abre a porta de trás e olha para nós com ar espantado. Depois de uns segundos de medição de forças com o olhar, o moço fecha a porta do carro e encaminha-se para a mala do carro. Nós dentro do carro sem saber o que pensar. Abre a mala do carro e deita-se. E foi aqui que eu comecei a rir para só parar uma boa meia hora depois. Fui às lágrimas de tanto rir (coisa que não é difícil em mim, mas que ontem foi quase imediata). Rapaz deitado na mala do carro fecha a mala. Entretanto o segundo amigo do condutor aproxima-se da bagageira do táxi, abre a dita cuja e salta lá para dentro. O que estava deitado na mala senta-se e eis o ponto da situação:
- 3 portuguesas a rir como se não houvesse amanhã no banco de trás do carro
- um motorista
- o amigo do motorista sentado ao lado dele
- dois amigos do motorista sentados na mala, que está aberta
Arrancamos. Música aos berros, como é costume nos táxis cá do sítio (quando voltar e tiver net a uma velocidade normal prometo partilhar um vídeo). O motorista e o amigo do lado por várias vezes puseram meio corpo do lado de fora da janela para falarem de forma mais audível com os dois moços que seguiam sentados em amena cavaqueira na mala do carro. Sempre que aparecia uma curva mais pronunciada o taxista acelerava e o carro gemia ruidosamente. A dada altura o motorista deve ter achado que ainda era pouca emoção para uma viagem de táxi e decide fazer pequenos "esses". Quanta emoção! Entretanto chegámos, sãs e salvas. Os moços da mala passaram para o banco de trás e seguiram viagem alegremente.
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