27.12.11

os preconceitos são tramados

Eu, pessoa que se considera de mente muito aberta, descobri que tenho preconceitos enraizados até ao tutano. Achava eu (mas porquê?, pergunto-me agora) que qualquer pessoa que usasse farda era desprovida de inteligência, sensibilidade e tacto. OK, crucifiquem-me que eu mereço. Vai daí, o destino que é matreiro e irónico, quem é que me oferece como companheiros e amigos numa terra longínqua e algo inóspita? Um grupo de militares. Tratamento de choque contra preconceitos parvos. E não é que foi um tratamento eficaz? Se foram escolhidos a dedo não sei, mas a verdade é que aquela minha ideia de que todos (sublinhe-se o todos) os militares são totós, caiu por terra em três tempos. Foram a melhor companhia que podia ter tido, fizeram-me sentir segura, trataram-me quando precisei, ouviram-me em noites de lágrimas e tristeza, lamberam-me as feridas, fizeram-me rir e fizeram-me sentir em casa quando estava do outro lado do mundo. Se há umas semanas alguém me dissesse que eu iria passar horas na cumbersa com um amigo militar que está do outro lado do mundo, e que me iria rir em frente a um computador enquanto partilhamos disparates saudáveis e pensamentos mais sérios, eu iria sem qualquer sombra de dúvida fazer um sorriso amarelo.

4 comentários:

  1. Não era preconceito. Era IGNORÂNCIA!
    Sou militar por opção.
    Entrei na Universidade com a média mais alta do meu curso, economia, e mesmo assim, por sentir o apelo de mais do que meros objectivos de produção, optei pela Academia Militar, onde para ingressar, para além da tal média, tive que prestar provas durante 6 semanas em competição com mais de 300 candidatos para cerca de 100 vagas. Ali não se entra com média negativa, nem se compram diplomas. Não é uma das muitas Universidade dos "Três Pês" (eu explico, Paga Propinas e Passas). Ali para alem dos desafios intelectuais diários com em qualquer outra Universidade fui diariamente posto à prova fisicamente e avaliado do carácter e dos valores que são os pilares daquela Instituição e que deveriam ser da Sociedade.
    Enfim...
    Não era preconceito. Repito era IGNORÂNCIA!

    Saiba que cada militar, é também cidadão, pai, marido, ...Homem!
    Estranha percepção essa sua...

    Feliz ano 2012!
    Beijinhos (sim nós também beijamos. Não fazemos apenas continência)

    ResponderEliminar
  2. Mea culpa. Já dei a mão à palmatória.
    Um excelente 2012 e beijinhos :-)

    ResponderEliminar
  3. Ok, Rosa. Mea Culpa aceite.
    Já agora, se por ventura o meu discurso de ontem deixou transparecer alguma agressividade, apresento-lhe também as minha desculpas. Sou, ou tento ser, um verdadeiro "Oficial e Cavalheiro". A minha reação deveu-se ao facto de, ainda hoje (e já lá vão uns anos) eu sentir de for,ma muito especial esta minha vocação...

    Continuarei a visitá-la, em modo de anónimo ou a coberto de outras personagens como já tantas vezes fiz, sempre como "Oficial e Cavalheiro" esperando encontrá-la como sempre "entre Gaivotas".

    Deposito na sua mão o mais delicado, afectuoso e respeitavel beijo.

    Amigos como dantes. Estamos Juntos.

    ;) Feliz 2012

    ResponderEliminar
  4. Quando tenho que dar o braço a torcer dou, sem qualquer problema :-)

    Fiquei curiosa: "em modo de anónimo ou a coberto de outras personagens como já tantas vezes fiz"...

    Tudo de bom!
    :-)

    ResponderEliminar