2.12.14

a saga da mala às bolinhas

Tenho andado a adiar fazer as malas para a maternidade porque me parece que é o assumir definitivamente que a nossa vida como a concebemos até agora tem mesmo os dias contados. Repito-me e reafirmo que queremos muito passar a ser três, mas o medo do "desconhecido" é tramado. De modo que ao longo das últimas semanas fui arranjando subterfúgios para ir escapando à tarefa de fazer a minha mala e a do bebé M.: ora faltava isto, ora faltava aquilo e depois resolvi que merecia um presente e encomendei uma mala de cabine nova para mim (que estava realmente a precisar) e decidi que não fazia a mala enquanto a mala das bolinhas não chegasse. E, já agora, encomendei um saco mais pequeno, com o mesmo padrão da mala para levar as coisas do rebento. 

Por estes dias comecei a ver o caso feio. Itália e os correios/empresas de transporte não se dão bem, não há volta a dar. Num dia não me entregaram a encomenda porque eu não estava em casa. No dia seguinte não ma tornaram a entregar porque, segundo vi no site da transportadora, a morada não estava completa e precisavam de informação adicional. Começo a ficar pouco tolerante para as parvoíces italianas. Ora, num dia não entregam porque não estou em casa (logo, parece-me que encontraram a casa e fizeram uma tentativa de entrega) e no dia seguinte não entregam porque a morada está incompleta? Bom, virei-me do avesso. Escrevi mails pouco afáveis e um pouco irados e lá me prometeram que passado dois dias a encomenda chegava a minha casa.

O dia E (de entrega) era hoje. Já era de noite e nada. Até que me o motorista da carrinha de distribuição me telefona e diz calmamente que está na localidade aqui ao lado. Mas eu não moro aí, a casa fica em blá blá. Pois eu sei, mas não encontro a casa. A criatura não se deu ao trabalho de a procurar, só pode! Rosa inspira profundamente, Rosa expira profundamente e lá lhe propõe um local que toda a gente conhece para ele entregar o raio da encomenda ao marido da Rosa. Rosa telefona ao marido e pede-lhe que vá buscar as caixas. 30 segundos depois tem o cromo do motorista a dizer que já está no sítio combinado, mas que o marido não está. Pois não está, criatura, eu tive que lhe pedir para ir aí de propósito, mover-se de um local para o outro não se faz num abrir e fechar de olhos e, já agora, eu estou há não sei quantos dias à espera do raio da encomenda, sua excelência pode esperar dois minutos?

Resumindo e concluindo: já tenho malas bonitinhas para levar para a maternidade. Estão-se-me a acabar as desculpas para não preparar as malas para a maternidade e, na verdade, é capaz de estar mais do que na hora. 

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