3.1.11

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O ano não começou com gargalhadas, nem com mais sorrisos que o normal. Não sei se é por Hong Kong estar a uma semana de distância, ou se as razões são outras, mas anda uma certa nostalgia no meu ar. Não acredito que certas coisas acontecem por uma razão. Mas acredito que podemos valorizar mais ou menos certos acontecimentos e dar-lhes mais ou menos significado. Voltar a Hong Kong nesta fase foi um acaso, mas foi um acaso que vou aproveitar o mais que puder. As memórias das duas viagens a Hong Kong são memórias felizes e divertidas do fim da adolescência. São memórias de amizades, de muitas noites sem dormir, de madrugadas inesquecíveis, de uma paixão inconsequente e de um amor platónico para a vida. Hong Kong naquela altura foi mais as pessoas que foram comigo do que a cidade. Mas Hong Kong também é a memória de uma pessoa que já não sou há muito tempo. E, embora neste momento esteja mais do que bem comigo, não sei que estragos ou que surpresas agradáveis me trará voltar a um lugar em que fui tão feliz e em que fui quem já não sou.

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