Não sou pessoa de andar com muita coisa na mão. Na viagem de regresso tinha um longo caminho pela frente antes de chegar ao aeroporto. Portanto, repeti o que já fiz várias vezes: portátil no bolso exterior da mala e quando chegasse ao aeroporto passaria o computador para a carteira. Assim, sempre eram menos umas horitas a carregar o computador. O livro, o cachecol e as luvas tiveram o mesmo destino. Chegada ao aeroporto trato do check in e rumo à porta de embarque. Sento-me calmamente e penso para os meus botões "Estou a cair de sono, mas vamos lá ver se consigo ler um bocadinho." E foi aí que se fez luz, ou que vi a escuridão com a marcha fúnebre como música de fundo: o livro tinha ficado no bolso de fora da mala de viagem, assim como o portátil.
Pensamento número um: mesmo que não me tentem roubar o portátil e que o fecho não se abra e ele não caia simplesmente, o bolso não é almofadado e a bolsa que protege o portátil é relativamente fina; com o tratamento que dão às malas, o belo e esguio computador não vai resistir aos embates a que vai ser sujeito.
Pensamento número dois: o que é que eu tenho no portátil que não tenho em mais lado nenhum?
Bom, não podendo fazer nada, respirei fundo e não pensei mais no assunto. Quando mais de 12 horas depois voltei a pôr os olhos na mala, abri a medo o bolso exterior e pus as mãozinhas num computador inteiro e intacto. Pessoa de sorte, eu sei: tenho um computador com sete vidas.
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