7.11.12

Y
Voltámos há poucos dias, é natural que nos procuremos e falemos sob a forma de palavras escritas sempre que podemos. No entanto, este tipo de proximidade após a partida não é muito comum em gente crescida, ou pelo menos entre o tipo de gente que costumo conhecer em encontros de trabalho. É como se grande parte de nós antes de partir para a conferência deixasse a pessoa que é em casa e levasse só o académico que, vá lá saber-se porquê, se convencionou que é aborrecido e cinzento. Acho que tenho sido particularmente feliz nas últimas saídas de trabalho porque tenho encontrado e conhecido pessoas e não académicos, e também porque temos ido muito além do trabalho e temos partilhado experiências e opiniões sobre tantos assuntos que nada têm a ver com a academia. E, mais do que isso, temos partilhado sentimentos e emoções e temo-nos deixado envolver pelos outros, sem receios e sem preconceitos. Ando com as costas um pouco voltadas para o meu mundo, estou cansada de convenções e faz de conta. Apetece-me ser mais eu. Lamento (ou não lamento nada), mas não sou cinzenta, séria e chata, e não me apetece vestir esse fato apenas para agradar.

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